Os organizadores, Dj Raffa e Aninha
O Festival é organizado pela Associação Claudio Santoro e Atitude Produções, representados por DJ Raffa e Aninha. Ele, um dos mais importantes produtores do hip hop brasileiro e filho do primeiro maestro do Brasil. Um dos caras que construiu a história do rap no Brasil e principalmente no Distrito Federal. Aninha, integrante do grupo Atitude Feminina, há anos defende os direitos das mulheres e a valorização delas dentro da sociedade. Em suas músicas ela denuncia a violência contra a mulher e canta as dores de quem vive na periferia. Juntos, eles formam um casal que vive em prol do fortalecimento do hip hop.
No domingo, último dia do mês de fevereiro (28) a favela dominou o espaço em frente a Torre de TV, no centro da capital do poder. Já passava das 2h da tarde quando o rapper e apresentador do evento, Markão Aborígene subiu no palco e deu inicio ao 4º Festival do Cerrado, o público ainda estava chegando e o clima era de confraternização. As nuvens rondavam o céu de Brasília e uma breve chuva até ameaçou cair. Mas, isso não desanimou o público! A chuva logo foi embora e a festa continuou.
Uma grande estrutura foi montada para o Festival Hip-Hop do Cerrado. Um palco gigante, iluminação de qualidade e sonorização perfeita. Não era um evento de RAP e sim de Hip-Hop, os quatros elementos estavam reunidos, em meio ao publico e ao lado do palco, grafiteiros pintaram grandes telas de madeira e muita gente colou na frente para fazer uma fotografia junto ao grafite. E, para dar inicio as apresentações foram chamados ao palco jovens b.boys e b.girls, passaram pelo palco, representando o break os seguinte gruos: Bsb Girls, DF Zulu Breakers e Grupo Cultural Azulím. A Participação dos Dj’s tocando as melhores do RAP NACIONAL também foi ótima, representaram nas pickups os Dj’s Nego Gilson, Alexandre Lee, Hercules, Nelson Ramos e Ocimar Da Bomb, que mostraram que todos os elementos do hip-hop são fortes no Distrito Federal. Na sequência o grupo Química Perfeita mandou suas rimas. Góry e DJ Weslei chamaram também Lia e Iude, do grupo As Donas para subir no palco e cantar junto. Depois foi a vez do Ocorrência Criminal, que conscientizou o público com letras bem elaboradas.
O Festival Hip-Hop do Cerrado deu oportunidade para muitos grupos mostrarem suas músicas para as mais de 15 mil pessoas que participaram da grande celebração. Passaram pelo palco também Beladonas, Ato Mc e Liberdade Condicional, cada grupo levou alguem para participar junto, foram muitos os rappers que animaram o público e apresentaram músicas com mensagens positivas e realistas. O Diga How veio com uma mensagem inovadora. Nas letras, eles demonstraram preocupação com as crianças e com o futuro do planeta. Através do rap incentivaram a molecada a ler e estudar.
O público curtiu muito os shows dos grupos menos conhecidos. A identificação com a galera que estava assistindo era muito grande. Todos conheciam as letras e cantavam junto, o que tornava os shows muito mais emocionantes. Mas, não só de rap do DF se fez o Festival. Do Rio de Janeiro foram convidados a participar o Dudu do Morro Agudo e o Dughettu. O vocalista da banda Dughettu se empolgou tanto durante o show que deslocou o ombro. Mas, a apresentação não precisou ser interrompida.
Durante todo o dia as nuvens cobriram o céu de Brasília, mas quando o grupo Versículo do Rap subiu no palco, até o Sol apareceu para prestigiar. O relógio já marcava mais de 6h e o rap continuava dominando. Para saciar a sede de rap que o público estava, se apresentaram ainda Maverick e Comunicação Racial.
Já era noite quando o rapper GOG subiu no palco para apresentar uma das mais esperadas atrações do Festival. As meninas do Atitude Feminina já chegaram emocionando o público com o som Enterro do Neguinho. Aninha também se emocionou com a reação do público, que cantou junto todo o som. Outro momento marcante da apresentação foi quando elas agradeceram o apoio que recebem da mãe de Aninha e da mãe do DJ Raffa, ambas estavam no palco.
Sobre o Atitude Feminina, Aninha contou algumas novidades do grupo, mas você não perde por aguardar, ainda esta semana uma entrevista completa com o grupo.
O show do Voz Sem Medo dominou a cena e agitou a galera. Djara, Chamas e Dj Marola cantaram clássicos como Ovelha Negra e De Herói a Bandido. A loja Pró-Vinil montou uma barraca, ao lado do palco, onde era possível comprar os últimos lançamentos do rap nacional a R$ 10,00. E, muita gente aproveitou a oportunidade para levar um disco novo para casa.
O grupo de rap gospel, Provérbio X, foi o penúltimo a se apresentar. Eles cantaram letras que louvam a Deus através do rap. O público curtiu muito esse show e cantou junto sucessos como Fé e Resposta.
Para encerrar os shows, foi chamado um dos grupos mais conceituados no rap nacional. Eles têm 18 anos de carreira, cinco discos lançados e fãs mais do que fiéis. Eles são o Realidade Cruel. O show começou com o som Liga Nóis, lançado recentemente no Portal Rap Nacional. Foi incrível ver uma música lançada há tão pouco tempo, já estar na boca do povo. Não tinha quem não conhecesse e cantasse o som junto o RC. Douglas, Karol e DJ Bola 8 contaram com o apoio dos rappers Gregory e Leonardo (Total Drama) durante todo o show. O público foi ao delírio com a apresentação, Douglas, junto com o público, cantou trechos de diversas músicas (assista o vídeo acima). Alguns destaques do show do RC para Dia de Visita, Depoimento de Um Viciado e Resgate. A apresentação do Realidade Cruel foi perfeita e encerrou com chave de ouro o 4º Festival de Hip-hop do Cerrado.
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